Edivardo Enoque da Silva, 50, o soldado reformado da Polícia Militar do Ceará que sacou uma arma e teria atirado contra um protesto de mulheres de presidiários na BR-116, em Itaitinga, na última terça-feira, já foi condenado por um homicídio culposo e responde por outra morte. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).Segundo a assessoria de imprensa do TJCE, Edivardo Enoque foi “réu em dois processos de homicídio: um ocorrido em 1997 (nº 0445804-84.2000.8.06.0000) e outro em 2007 (nº 0002026-83.2008.8.06.0151)”.No primeiro caso, o PM foi condenado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) a 1 ano e 4 meses pela morte do jovem Raimundo Ferreira da Costa, 17 anos, no Bom Jardim, periferia de Fortaleza.No segundo processo, Edivardo foi denunciado em 2011 pelo Ministério Público e, em seguida, a Justiça cearense decidiu que o militar teria de ser julgado por um júri popular pelo assassinato de Francisco Narcélio Mendes da Silva.Porém, de acordo com informação do TJCE, o soldado recorreu da decisão no Tribunal de Justiça e 11 anos depois do homicídio, o caso ainda aguarda o julgamento de um recurso.Em julho de 1998, O POVO noticiou que Edivardo e o soldado José Arivaldo da Silva abordaram adolescentes que estavam bebendo em uma calçada no bairro Planalto do Pici. Eles estariam perturbando o silêncio na vizinhança.Segundo a denúncia do promotor Pedro Olímpio, responsável pela acusação na época, durante a ação os policiais espancaram com cassetetes o estudante Raimundo Ferreira da Costa e outros adolescentes.Raimundo, de acordo com testemunha ouvidas pelo promotor, teria morrido após bater com a cabeça no meio-fio. Segundo o inquérito, os policiais teriam dado uma forte pancada no peito do adolescente. Calçado por trás, ele foi ao chão contra o paralelepípedo.Sem concordar com o laudo do Instituto Médico Legal (hoje Pefoce), que atestou a causa da morte de “natureza indeterminada”, o promotor Pedro Olímpio pediu a exumação do corpo da vítima e a substituição dos médicos legistas. Nos depoimentos na delegacia, Edivardo e Arivaldo disseram ao delegado Francisco Braguinha que Raimundo teria “caído sozinho” pois sofria de epilepsia.Em agosto de 1998,o juiz Raimundo Nonato da Silva Santos (hoje desembargador)decretou a prisão preventiva dos dois PMs. Indiciados pela morte de Raimundo Ferreira, os dois foram presos. O magistrado se convenceu que eles passaram a ameaçar testemunhas. Anos depois, foram condenados por homicídio culposo sob o protesto de familiares.
*Sobre o caso, leia mais aqui.
Fonte Jornal o Povo
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